Leigos Missionários da Consolata do Brasil realizam o primeiro Encontro virtual em âmbito nacional.
Por Equipe de Articulação LMC
Na alegria de poder participar do primeiro encontro, por meio virtual, foi que no dia 6 de fevereiro de 2021, estiveram reunidos, pela plataforma Google Meet, os Leigos Missionários da Consolata (LMC) dos estados de São Paulo, Roraima e Amazonas, um casal de amigos da Consolata de Rondônia e a assessora dos LMC, irmã Maria Costa.
O encontro conduzido pelo padre Salvador Medina, imc, diretamente da cidade de Bogotá, Colômbia, percorreu um caminho de reflexão com o texto “Instituição e Missão”, instigando os leigos a atualizar para os dias de hoje a motivação que o padre José Allamano teve ao fundar os Institutos há 120 anos (IMC) e 111 anos (MC) e como cada LMC poderia sentir e viver “os espíritos de...” do jeito de ser do Allamano.
Recordou padre Salvador, que “o Instituto nasceu como um organismo vivo e não é apenas uma instituição. Assim como as plantas que brotam novos galhos, segundo as necessidades dos tempos e dos lugares, a fidelidade não é ao IMC ou MC, mas sim à missão de Jesus. A tarefa dos leigos é de se tornar Evangelho, Boa Notícia! Evangelizar com a vida é sempre mais difícil do que evangelizar com a pregação, fazer da vida uma prática de evangelização.”
As cinco dimensões
Guiados pelo Espírito Santo, os LMC percorreram cinco dimensões no Encontro: consigo mesmo, com a vocação, com a missão, com o carisma e com o meio ambiente.
A primeira dimensão do encontro se dá conosco mesmo. Esse encontro propicia fraternidade, em nome de Deus, sempre com Jesus no meio. A segunda é com a vocação, que envolve a vida e a atividade, a grande vocação é para a missão, que é a vocação que vem do batismo, vocação à missão de Jesus. A nossa missão é a mesma missão de Jesus, a vocação mais importante é a vocação missionária, a tarefa do enviado é levar a mensagem de quem envia. Vamos construindo encontro de relacionalidade, amor que se torna amizade e caridade. A terceira, é com a missão aberta ao mundo, mas devemos abrir a nossa mente e o coração. Somos seres humanos com a capacidade de nos comunicar, relacionar e conviver. O primeiro lugar de missão sou eu, é o nosso coração, onde está o Reino de Deus. A quarta, é com a sociedade com a qual interagimos, com o país e com o mundo social, vai se abrindo até a universalidade, olhos e mentes abertos ao mundo. A quinta, é com o meio ambiente que é vital.
O ser humano não é apenas humano, é terreno porque faz lembrar que é feito da terra, do humus, nascido da terra, conectado com toda a criação, interdependente, mas é também divino, criado a imagem de Deus. Quando somos enviados, tornamo-nos missionários e vivemos um evangelho vivo e encarnado do Evangelho que você é, a boa nova que você tem se tornado, se vive a ética da cidadania, da honestidade, é possível se manter ético mesmo numa atmosfera de corrupção.
A vocação missionária é uma vocação Ad Gentes, não quer dizer partir para longe, pois temos a missão dentro de nós, e depois vai se alargando aos pequemos círculos. Devemos nos deter a construir o ser humano que somos, que ainda não está terminado, que está em permanente construção. A vocação do LMC é a vocação batismal, e mergulhados em Cristo, vivemos nossa vocação com o jeito e estilo da Família Consolata.
As qualidades de um LMC
No encontro, padre Salvador recordou as qualidades que devem ser cultivadas por um LMC em sua espiritualidade cristã: trinitária, mariana, eucarística, bíblica, eclesial e ecológica. Dar testemunho da sua identidade missionária da Consolata é viver o carisma. O essencial de tudo é o amor, pois dele emana a compaixão (é o lugar da solidariedade), a misericórdia (é o agir), a consolação (é o anúncio) e a alegria (que eleva todo o ambiente).
O carisma é mais do que nunca atual, pois a consolação é uma necessidade das pessoas, especialmente na aflição vivida pela pandemia, geradora de mortes, desempregos, aumento da pobreza diante de uma economia de poder, que impede a fraternidade e causa extermínio.
Padre Salvador apresentou aos LMC os “mapas sociais atualizados para uma caminhada ecologicamente integral”: A palavra de Deus na história; A Declaração Universal dos Direitos Humanos; A Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra; e as Encíclicas Laudato Si e Fratelli Tutti de Papa Francisco. Todos somos relacionados uns com os outros, tudo está relacionado, tudo o que temos deveria ser colocado em comum.
O profetismo do papa Francisco
O orientador do encontro apresentou uma síntese do livro do Papa Francisco “Vida Após a Pandemia” e na sequência, os participantes divididos em grupos refletiram sobre alguns capítulos: “Por que sois tão medrosos?”; “A preparação para o depois é importante”; “Como uma nova chama”; “A um exército invisível" e "Superar os desafios globais”.
Em plenária virtual, os LMC compartilharam desafios e dores impostos pela pandemia, mas também espaços de consolação e a criação de novas redes de solidariedade, dialogando com outras religiões, com criatividade e respeito as diferenças, onde caibam todos. Aqui, recordamos o profetismo do Papa Francisco, que nos convoca “a vacina da não indiferença”. Se todos somos filhos e filhas de Deus, todos somos dignos de ter teto, terra e trabalho. Nesse sentido, os LMC não podem se calar. Cristo, no sermão da bem-aventuranças nunca deixou seu povo sem pão, sem ar, sem amor.
O encontro encerrou-se com pequenos gestos de esperança: um a um, os LMC apresentavam um símbolo que expressasse os sentimentos do dia intensamente vivido, tendo por desfecho uma oração final em agradecimento. pela Casa Comum.