O leigo na vida cristã e política

Quanto mais me aproximo do Evangelho, mais me sinto motivada a continuar a luta pela promoção e dignidade humana.

Por Marly Lobato *

Minha participação cristã se dá desde que me conheço por pessoa; na catequese, nas pastorais, e em movimentos da Igreja Católica. Sou professora de carreira, já atuei em direção de escola, coordenação e direção na Secretaria de Educação como Secretária Municipal de Administração e Secretária Municipal dos Direitos da Mulher. Concorri por três vezes para vereadora em Jandira, SP, mas ainda não consegui ser eleita.

IMG-20210609-WA0041Pensar em política como a busca do bem comum é dever de todos. Cada vez que nos indignamos com as injustiças e as desigualdades sociais, com o alto custo de vida que afeta os mais pobres, quando fazemos escolhas e tomamos decisões, estamos tendo atitudes políticas.

Há quem seja participativo, atuando em associações, conselhos escolares, agremiações e sindicatos. Há os mais participativos, que atuam em partidos políticos, e os que se omitem, que escutam, mas não ouvem, falam, mas não dizem, estão, mas não participam; vivem centrados em si mesmos, sem dar importância de que o custo de vida, o preço do feijão, do aluguel, da saúde, da educação; dependem de decisões políticas.

Se você pensa: “Igreja e política não se misturam”, tome cuidado e reflita mais, porque existem os Politiqueiros (quem tudo faz para permanecer no poder e não hesita em explorar, descartar e até matar) e os Ignorantes Políticos (cidadãos desinteressados no rumo que os dirigentes levam a sociedade) ambos com opiniões formadas.

A encíclica do papa Francisco atesta a importância e a necessidade do exercício de cidadania do cristão na política: "Embora a justa ordem da sociedade e do Estado seja dever central da política”, a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça”. (EG 183)

Quanto mais me aproximo do Evangelho, do caminho percorrido por Cristo e dos ensinamentos dos seus discípulos, como o padre José Allamano, mais me sinto motivada a continuar a luta pela promoção e dignidade humana e por um mundo mais justo e igual, e vejo que a política é um dos caminhos para essa transformação.

Como Leiga Missionária da Consolata, minha missão é sair de mim mesma, para ir ao encontro do outro, encorajar os que estão perdidos na ignorância, estar onde as pessoas ainda não aprenderam a promover e respeitar a vida.

Se Jesus, durante sua passagem pela terra, sempre esteve ao lado do povo, enfrentando poderosos e promovendo a dignidade humana, para mim como Leiga Missionária da Consolata estar inserida na vida política é sinal de uma luta para levar amor e a esperança de um mundo melhor.

* Marly Lobato é LMC da comunidade de Jandira, SP.