Leigas Missionárias participaram de Simpósio de Missiologia em Brasília e apresentam suas reflexões.
Por Janice Santos e Fátima Bazeggio
Somos constantemente desafiados pelos sinais dos tempos a fazer e refazer uma leitura da realidade que nos envolve, das novidades, dos acontecimentos que chegam com uma velocidade extraordinária e de testemunhar mudanças que causam perplexidade, pois geralmente as mesmas não chegam em consonância com o progresso social e com a moral.
Nossa única opção é enfrentar esses indicadores, sem desculpas, sem saudosismo e com coragem suficiente para nos colocar de forma clara, sem preconceitos e sem a tentação de querer impor as próprias ideias, pois o dinamismo dos acontecimentos e a evolução do pensamento humano nos impele a encontrar formas concretas de lidar com a nova realidade.
O tema do 5º Simpósio de Missiologia em Brasília “os sinais dos tempos colocado na perspectiva do Papa Francisco, como um timoneiro da esperança”, realizado de 15 a 18 de março, levantou a realidade sem rodeios e aqueceu o coração de duas leigas missionárias da Consolata que participaram do mesmo.
Extraímos muita riqueza, mas partilhamos apenas algumas colocações que tiveram maior ressonância para a nossa prática missionária.
“Devemos discernir os sinais dos tempos, na oração, na reflexão e no silêncio”.
“É o sofrimento humano que na verdade deve definir a pauta para a Igreja de Jesus Cristo e levá-la até as periferias existenciais”.
“O ponto de partida para a prática da solidariedade não precisa ser nem o Evangelho nem a doutrina, mas a realidade a dor e o sofrimento em que vivem os povos e as culturas”.
“ A indiferença que anestesia o coração e a visão é diametralmente oposta à nossa responsabilidade de transformar a realidade”.
“O cristão deve evitar a tentação de querer afastar as chagas do crucificado, pois temos que assumir e transformar o sofrimento humano na empatia e com compaixão”.
“Se não deixarmos de lado as antigas estruturas herdadas na Igreja e acompanharmos os sinais dos tempos, deixaremos de viver os tempos de processos com a visão de uma cidadania planetária, onde a nova forma de convivência toma o nome de misericórdia”.
“Eis algumas das exigências para a Igreja aberta e em saída: viver plenamente a sua vocação missionária; combater o legalismo, relativizando as leis em virtude da misericórdia; levar a formação missionária como prioridade aos seminários; saber respeitar e promover o protagonismo do Povo de Deus.
Dentre tantos outros, esses são alguns itens que ressaltamos na leitura dos sinais dos tempos”.
À GUISA DE CONCLUSÃO:
Diz Jesus Cristo a Pedro:
Por que lhe beijam tanto os pés?
Sou São Pedro aqui sentado
Em bronze imobilizado
Não posso olhar para o lado
Nem dar um pontapé,
Pois tenho os pés gastados como vês
Faz um milagre Senhor:
Deixa-me descer ao rio
Voltar a ser pescador....