Depois da Alegria do Evangelho agora temos em mãos a Alegria do Amor trazendo elementos sólidos e eficazes para colaborar com a ação missionária.
Por Fátima Bazeggio
“A alegria do amor que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja”. Assim tem início a Exortação Apostólica do Papa Francisco, Amoris Laetitia (AL) ou seja, Alegria do Amor que se propõe a ser sinal de misericórdia e proximidade para a vida familiar.
“Olhando a realidade atual das famílias em sua complexidade, notamos que nem a sociedade atual em que vivemos nem aquela para onde caminhamos permitem a sobrevivência indiscriminada de formas e modelos do passado” (AL 33). Partindo dessa premissa, todo o capítulo dois da Exortação é dedicado a um levantamento misericordioso das dificuldades e desafios que as famílias enfrentam no contexto atual.
Somos Leigos Missionários da Consolata, vindos de diferentes realidades e que em determinado momento sentiram o chamado de servir ao Senhor com a missão da consolação para a libertação, de acordo com o carisma que o Bem-aventurado José Allamano ofereceu à Igreja de seu tempo e que ainda hoje é válido e atual.
Os LMC que vivem em família e atuam nas mais diversas realidades do mundo, passando pela educação, saúde, assistência aos dependentes de drogas, vida política, depressivos, idosos, crianças etc. logo de início se identificam com o conteúdo do relato de todos os desafios que as famílias estão sujeitas e se sentem amparados e reconfortados com a mensagem final do capítulo que diz para “ouvir o apelo que vem do Espírito Santo e libertar em nós as energias da esperança, traduzindo-as em sonhos proféticos, ações transformadoras e imaginação de caridade”. (AL 57)
Depois da Alegria do Evangelho agora temos em mãos a Alegria do Amor trazendo elementos sólidos e eficazes para colaborar com a ação missionária. Nós, assim como toda a Igreja ainda precisamos recolher para nossa prática pastoral, pérolas preciosas dos documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II, do documento de Aparecida, além de documentos de papas anteriores e de conferências episcopais, para a nossa vida e prática missionária.
Precisamos estar atentos aos sinais dos tempos e rever desde o nosso chamado a sermos discípulos missionários de Jesus, passando pelo sentido de pertença a Igreja que nos envia a estar junto ao pobre e excluído, anunciando a Boa Nova, na gratuidade, com diálogo fraterno e no respeito.
Tudo isso sem perder a “identidade missionária que é a identidade do caminho, pois peregrinamos no mundo sem ser do mundo. Somos esperança da água no tempo da seca, esperança de pão no tempo da fome, de esperança de sentido num mundo absurdo. Somos esperança, pelo testemunho, pelo serviço, pelo anúncio do Reino. Somos cidadãos do Reino, não funcionários de instituições ou sistemas. Somos areia, não óleo nas máquinas do anteprojeto. O caminhar da utopia do Reino constitui a forma mais radical de partilha”. (Paulo Suess)