Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão

O caminho que se faz na unidade é o seguimento de Jesus e será tanto mais concretizado, quanto maior e intensa for a caridade fraterna.

Por Fátima Bazeggio*

O espírito de sinodalidade trata de um processo de conversão da própria Igreja e faz dos discípulos missionários de Jesus, alegres testemunhas do seu Evangelho no mundo. Trata-se de uma mudança de mentalidade, passando de uma Igreja vista, sobretudo, como instituição e organização, para uma Igreja de pessoas, povo de Deus, povo de irmãos e testemunhas. Igreja sinodal é aquela em que os seus membros procuram caminhar juntos na mesma direção, tendo à frente Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. O caminho que se faz na unidade é o seguimento de Jesus e será tanto mais concretizado, quanto maior e intensa for a caridade fraterna. A sinodalidade deve ser o próprio jeito da Igreja ser, em sua natureza e na sua missão.

Como LMC nos dias atuais e olhando o início do Instituto fundado pelo Bem-aventurado José Allamano, já é possível identificar sinais de comunhão, participação e missão. No Congresso de Muranga 2, realizado pela Família Consolata em junho passado, assim se expressou a Superiora Geral das Irmãs Missionárias da Consolata, Simona Brambilla:

Muranga e Sinodalidade
“Hoje a palavra de ordem da Igreja é sinodalidade, mas no Quênia em 1904, certamente essa não era a palavra usada, porém, a substância de caminhar juntos já estava muito presente. Nesse meio, 118 anos de história missionária, intensa, abençoada, riquíssima consolatina, com suas curvas, seus retornos, seus limites, com o seu impulso, suas maravilhas, sua inegável fecundidade. Sim, como qualquer aventura humano-divina. É a nossa história, irmãos e irmãs.

Somos herdeiros desta história. Desta história nascemos. Uma história que nos trouxe aqui hoje. Diferentes épocas, diferentes pessoas, diferentes contextos. Diferente visão de missão, diferentes formas de comunicação, diferente compreensão do nosso ser entre os povos. Um elemento digno de nota foi a necessidade e o desejo que os missionários naquela época, sentiram de parar, ficar juntos, rezar juntos, compartilhar, reler a experiência, formular uma metodologia e um planejamento missionário. Percebe-se claramente, como o espírito de Muranga, revelado em suas conferências, está casado com a história dos Institutos Missionários da Consolata.

Um e o mesmo é o Dom espiritual recebido e compartilhado, que constitui a nossa identidade vocacional. A essência do nosso Carisma, fogo ardente, água viva, vai-se revelando aos poucos em um caminho vital, dinâmico, animado pelo Espírito que, passando pela Consolata e pelo Fundador, derrama abundantemente e incessantemente sobre nós, sempre novo e sempre original, inconfundível”. (Ir. Simona em 13 de junho de 2022).

* Fátima Bazeggio, LMC, comunidade São Paulo, Joanópolis, SP.