Francisco Timoneiro da esperança: para uma missão a serviço do mundo de hoje e de amanhã é o tema do 5º Simpósio de Missiologia.
Por Janice Santos de Oliveira
O Centro Cultural Missionário de Brasília (CCM) e a Rede Ecumênica Latino-Americana de Missiólogos e Missiólogas (RELAMI) promovem em Brasília, de 13 a 17 de março de 2016, o 5° Simpósio de Missiologia, com o tema “Francisco Timoneiro da Esperança: para uma missão a serviço do mundo de hoje e amanhã”.
O Simpósio tem a finalidade de incentivar o debate da Missão Ad Gentes e de fortalecer a rede de missiólogos composta por especialistas, pós-graduados, mestres e doutores que contribuem com a pesquisa e a reflexão.
Na segunda-feira, dia 14 de março, Ir. Agnese Costalunga abordou o tema Sinais dos Tempos e tempo da Misericórdia. A visão da realidade e a ação de Deus na História, segundo Francisco: Angústias e Esperanças do tempo presente. A reflexão foi pautada pelo debate em torno dos sinais dos tempos, a relevância da presença de Deus na história através da nossa colaboração, para aprofundar as experiências missionárias e o discurso em torno dos interesses da humanidade, dentro do conceito neoliberal e de globalização excludente.
Como por exemplo, a questão social da dignidade humana a concentração de bens nas mãos de poucos e o convite a partilha, desafios estes que estão presentes desde a Rerum Novarum até a Evangelii Gaudium. O Papa Francisco não fala a partir da cátedra, mas a partir da realidade, pois a prioridade é sempre a pessoa humana, uma vez que a missão é maior do que nós e de que nossas fraquezas.
O segundo momento foi conduzido pelo Professor Roberto Marinucci, diretor da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana que explorou a questão migratória a partir do trabalho que desenvolve junto aos migrantes. O professor ressaltou que uma mercadoria tem mais direito que um cidadão, pois as mercadorias circulam livremente, enquanto as pessoas não. Que estar presente em um país de forma ilegal, é mais uma forma de escravidão humana, pois a pessoa fica impossibilitada de reivindicar direitos fundamentais, como direito ao trabalho e a vida digna. Que devemos olhar os migrantes antes de tudo como seres humanos sujeitos de direitos que são. Referindo-se ao Papa Francisco afirmou que o ponto de partida da solidariedade não é a doutrina, tampouco a Bíblia, mas a realidade de todo aquele que sofre. Que o sofrimento humano é que deve assumir a pauta da igreja e a prioridade nos sinais dos tempos é determinada pela história e não pela lei.
Os trabalhos do dia terminaram com a fala do padre Jaime Carlos Patias que explorou a questão da sociedade do Espetáculo, entendida como uma crítica à sociedade contemporânea, isto é, à sociedade do consumo, a cultura da imagem, e a invasão da economia em todas as esferas da vida.